Duarte conquista prémio internacional

A marca da designer Ana Duarte foi reconhecida com o Icon Award 2021 atribuído pela plataforma C.L.A.S.S. e irá agora trabalhar, durante um ano, com diferentes parceiros para comunicar os seus valores e ADN, que assentam numa grande atenção à sustentabilidade.

Na segunda edição do prémio atribuído pela C.L.A.S.S., iniciais de Creativity Lifestyle and Sustainable Synergy, em parceria com a IDEE Brand Platform, a Renoon, a White e a WSM, a «peculiaridade vibrante e uma atitude urbana inteligente» da Duarte garantiu-lhe a distinção internacional.

«A Duarte injeta sustentabilidade no streetwear com uma linguagem de estilo ousada, energética, positiva e fresca e valores de sustentabilidade novos. Corresponde perfeitamente à nossa visão quadridimensional da moda», afirma Giusy Bettoni, CEO e fundadora da C.L.A.S.S.. «Acreditamos que uma verdadeira moda de nova geração é uma mistura de estilo, inovação e responsabilidade, mas também exige uma comunicação adequada e boa, a quarta dimensão, para entregar mensagens positivas, autênticas e com valor aos consumidores. A Duarte consegue isso. É tempo de ultrapassar o greenwashing, é tempo de dar voz a designers brilhantes como a Ana», acrescenta.

Os elogios à marca e a Ana Duarte multiplicam-se entre os parceiros da C.L.A.S.S.. Dio Kurazawa, fundador da The Bear Scout e especialista em tendências de moda, salienta que além da sustentabilidade, o que mais o impressiona «é a sua capacidade de criar peças de vestuário que podem ficar lado a lado com as marcas produzidas de forma convencional e destacar-se. Acredito verdadeiramente que precisamos de mais marcas fantásticas que coloquem as pessoas e o planeta em primeiro, sem comprometer a estética».

Alex Albini, CEO da Idee Brand Platform comenta, por seu lado, que «tendo conhecido a Ana e as suas qualidades éticas e morais, compreendemos o quão importante é a sustentabilidade nas suas coleções: ela traz uma frescura e descontração ao streetwear juntamente com responsabilidade. A marca é caracterizada por um design inovador e fresco que cria um estilo de vida contemporâneo ligado a um streetwear sustentável enriquecido por estampados únicos, que resultam numa marca vanguardista que se destaca no mercado português e internacional».

 

Ana Duarte [©ModaLisboa/Ugo Camera]

Fundada há cerca de seis anos, a marca tem desfilado as suas propostas na passerelle da ModaLisboa. No início do ano, a Duarte tinha já sido uma das insígnias a beneficiar da parceria da ModaLisboa com a Idee Brand Platform e a sua Sustainable Brand Platform, que ajuda as marcas a avaliar a performance sustentável com recurso a tecnologia blockchain, tendo obtido uma avaliação de 5 em 6 pontos possíveis, conseguida graças a uma produção, tanto das matérias-primas como da confeção, realizada sobretudo em Portugal (95%), a diferentes certificações e aos objetivos delineados para o futuro, que inclui a utilização de mais tecidos reciclados e uma produção com zero resíduos.

 

Em relação a esta distinção, Ana Duarte acredita que «o C.L.A.S.S. Icon Award é muito mais do que um prémio, é um workshop aberto com profissionais influentes que vão apoiar a Duarte a chegar ao próximo nível e a ser capaz de partilhar a minha visão para a moda responsável».

Para além da mentoria e consultoria em diferentes áreas, o prémio inclui um apoio financeiro de 2.000 euros, dividido em dois cupões, para a aquisição de matérias-primas, e a presença, física e digital, na feira White, que está agendada para setembro.

8 tendências para a moda masculina

A moda está em mutação até mesmo para o vestuário para homem, que se tem mostrado tradicionalmente equilibrado ao longo dos anos. As criações de marcas como a Hermès, Louis Vuitton e Isabel Marant para o outono-inverno 2021/2022 ilustram a necessidade do escapismo e do conforto.

Embora não seja possível prever por completo as preferências dos consumidores do género masculino nesta altura atípica, são várias as tendências que se puderam observar no trabalho recente dos designers e que vão saltar à vista na próxima estação fria, adaptando-se ao próprio estilo e às necessidades dos homens.

Das cores ousadas a um novo twist das malhas, são muitas as novidades apresentadas nas passerelles, físicas e digitais, das casas de moda mais influentes, numa seleção feita pelo Sourcing Journal.

Vermelho escaldante

O poder de usar uma única cor forte como o vermelho chegou às criações dos designers de moda masculina, que decidiram pintar as mais recentes criações masculinas com esta tonalidade como habitualmente fazem para os modelos femininos. Não obstante, adotar um estilo monocromático está longe de ser monótono, uma vez que os coordenados totalmente deste tom foram abraçados por silhuetas distintas como nas criações de Han Kjobenhavn e Alyx. O vermelho deu também um toque retro às propostas de Isabel Marant.

 

Isabel Marant [©Isabel Marant]

Esta cor também marcou presença em peças mais clássicas como o casaco minimalista da HB Kong e as calças a combinar e ainda no fato da Lemaire que se adequa para o ambiente laboral. Casablanca e Valette, por sua vez, optaram por exibir fatos vermelhos com um toque revolucionário conseguido através de rendas e transparências.

 

Looks opulentos

Muito antes da série da Netflix “Bridgerton” ter sido um fenómeno e ter impulsionado a procura por artigos mais luxuosos e extravagantes, os designers já se tinham deixado inspirar por esta vibração mais trabalhada que leva a aristocracia a ser tendência no universo de moda masculino. Ainda que os floridos estejam em destaque nas coleções masculinas assim os pastéis e as pérolas, o outono-inverno 2021/2022 é decididamente romântico e sumptuoso, ultrapassando, deste modo, as barreiras de género.

 

Etro [©Etro]

A Etro enriqueceu a coleção com blazers de veludo e malhas a combinar e a Dior Homme deu enfâse às silhuetas militares e aos casacos de pele coloridos. A Takk apresentou uma camisa simples de gola alta e calças plissadas lavanda de perna larga. Estas formas mais exageradas ditam a opulência também na coleção de Angus Chiang, que recorreu igualmente ao brilho com sedas coloridas.

 

Algumas marcas libertaram-se das silhuetas tradicionais habitualmente vistas nos coordenados masculinos. Arturo Obegero apresentou um macacão de veludo sem alças, com detalhes volumosos e laços semelhantes aos dos embrulhos dos presentes.

 

David Catalán [©Portugal Fashion]

Brioni impressionou com um smoking dourado, em que Norbert Stumpfl, diretor de design da casa de moda, desvendou à Vogue como o ouro foi espalhado na seda a partir de uma tecnologia de ondas eletromagnéticas aplicada na etapa de fiação, resultando num tecido com aparência metálica.

 

Camisolas casuais

Para além de estar presente como uma necessidade na vida atual dos consumidores, o conforto chegou às passerelles sem deixar a elegância de lado. Children of the Discordance é a prova disso, assim como David Catalán, que optou por recorrer a tons mais naturais que complementam o segmento workwear inspirado no denim.

 

Vetements [©Vetements]

A Officine Generale revelou igualmente propostas de camisolas descontraídas, aliando o estilo casual também apto para ser usado no mundo do trabalho.

 

Mensagens de esperança

Depois da atipicidade de 2020 na sequência da pandemia, as mensagens transmitidas pelos criadores de moda nas passerelles foram de calma e esperança.

A Uniforme e Walter Van Beirendonck espalharam essa nova ordem de estado e até a Vetements apresentou t-shirts com o lema francês “Liberté, Égalité, Fraternité”.

Malhas aconchegantes

O uso de malhas para a estação fria não é novidade, mas criatividade com peças mais desconstruídas diferenciou as propostas dos designers. A gola larga da Uniforme e a sweater da Hermès incorporaram malhas caneladas de uma nova forma que homenageou o final dos anos 90 e o início dos anos 2000.

 

Hermès [©Hermès]

A Kolor apostou em cardigans com bainhas irregulares e sweaters desconstruídas com uma aparência clássica. Já Louis Vuitton e a Etude deram uma nova vida às técnicas de tricotagem, enquanto a Alanui e Greg Lauren privilegiaram malhas mais tradicionais.

 

Escape rural

O escapismo tornou-se mais apreciado principalmente por faixas etárias como a geração Y, que alimentou o gosto por práticas ancestrais durante a pandemia, como por exemplo o fabrico de pão. A vida bucólica tornou-se apelativa, convertendo em tendência uma estética mais clássica e rural.

 

Tod’s [©Tod’s]

O escapismo foi amplamente explorado nas coleções masculinas através de conjugações de tons terra como o verde e o bege. Neste âmbito, a Tod’s foi uma das marcas que apostou em casacos com bolsos grandes, mas, sobretudo, funcionais, perante a nova realidade.

 

Junya Watanabe também apostou em vestuário adequado para o campo, porém vestível no dia a dia. A Carhartt, por seu lado, renovou o tradicional casaco da marca para um estilo mais cómodo.

Minimalismo futuro

 

Fendi [©Fendi]

A moda masculina tem vindo a antecipar a tendência do minimalismo que, nas atuais circunstâncias, ficou mais acentuada. Por isso, as marcas decidiram realçar os modelos lisos com um toque futurista e sofisticado, como as gabardines e blusões da Fendi ou ainda o casaco manto da Vetements.

 

De igual forma, a Takk exibe coordenados que navegam nesta onda, com bolsos e fechos minimalistas.

Aventuras urbanas

São várias as marcas que aliam o streetwear a uma vertente mais aventureira, subjacente às atividades ao ar livre. Os casacos puffer coloridos para homem abundaram nas passerelles de Milão e Paris, com formas exageradas e um ar divertido e funcional.

 

Mihara Yasuhiro [©Mihara Yasuhiro]

A Maison Mihara Yasuhiro retratou isso mesmo nos seus coordenados e a Loewe transferiu o espírito de aventura para acessórios como chapéus, lenços, meias e bolsas.

 

Fonte: PortugalTextil.com